Paquete de Oliveira (JN)
Mas nunca por nunca uma polícia destas, na estrutura essencial na orgânica da defesa de um Estado democrático, pode passar por situações de ridícula miserabilidade como aquelas que, nesta contenda, a opinião pública tomou conhecimento carros (aliás, alguns, bastante velhos) sem combustível para andar, agentes a viajar em serviço à boleia, falta de verbas para coisas mínimas ou ajudas de custo com atrasos substanciais. O Estado que não "arma" a Polícia não pode estar defendido. As crianças gostam de brincar aos polícias. Mas com polícias não se brinca.
Mário Bettencourt Resende (DN)
Mas nunca por nunca uma polícia destas, na estrutura essencial na orgânica da defesa de um Estado democrático, pode passar por situações de ridícula miserabilidade como aquelas que, nesta contenda, a opinião pública tomou conhecimento carros (aliás, alguns, bastante velhos) sem combustível para andar, agentes a viajar em serviço à boleia, falta de verbas para coisas mínimas ou ajudas de custo com atrasos substanciais. O Estado que não "arma" a Polícia não pode estar defendido. As crianças gostam de brincar aos polícias. Mas com polícias não se brinca.
Mãrio Bettencourt Resende (DN)
Num exercício de liberdade de expressão, um assessor do Presidente da República utilizou o seu blogue pessoal para fazer críticas severas à política governamental de reforma da administração pública. É uma opinião que não compromete o Chefe do Estado - pelo menos desta vez. Para o futuro, e a bem da paz institucional, haverá que ter presente que há cargos cuja aceitação implica restrições objectivas na prática da cidadania.
José Pacheco Pereira (PÚBLICO)
Precisamos é de políticas que incorporem a maior quantidade de saber possível, que sejam produzidas por cidadãos que usem os seus conhecimentos a favor de uma ideia de "bem público", que conheçam melhor o seu país, estudem os problemas e sejam capazes de ouvir e de pensar sem ser com o "politiquês" pavloviano que se usa hoje em Portugal.
Comece a oposição por fazer este trabalho de casa, logo a seguir verá como é fácil avançar com um programa próprio e autónomo, que nenhum exercício de "ocupação do espaço político", como se diz que o eng. Sócrates está a fazer, pode diminuir.
Luís Costa (PÚBLICO)
como se pode compreender que haja alguém - mesmo o mais empedernido adversário da regionalização - que seja capaz de desejar o insucesso da reforma proposta pelo Governo só para travar os ímpetos descentralizadores? Que pugne, mesmo que não o assuma, pela manutenção de serviços que deveriam ter âmbito regional e funcionam num quadro distrital? Que defenda a manutenção de estruturas cujo tipo de funções se adequam às cinco grandes regiões, mas que têm um âmbito aleatório? Que faça questão de insistir na manutenção de múltiplas orgânicas nos diferentes ministérios, assentes num vasto conjunto de serviços desconcentrados que obedecem a uma lógica administrativa e territorial própria, assim limitando a partilha de recursos e provocando ineficiência e despesismo?
E o que é isso de quererem "tornar inútil o referendo", como diz Manuela Ferreira Leite? Trata-se de uma afirmação que pressupõe que a utilidade do referendo é tanto maior quanto se garantir previamente a derrota da regionalização.
E é gente desta que tem lugar cativo no novo Conselho de Estado?
Jorge Miranda (PÚBLICO)
A Constituição continua sendo, após sete revisões constitucionais e a entrada de Portugal para a Comunidade Europeia e a passagem desta a União Europeia, além de tantas transformações registadas no país e no mundo, a mesma Constituição que a Assembleia Constituinte aprovou em 1976 - porque uma Constituição consiste, essencialmente, num complexo de princípios e não de preceitos.
Foram modificadas dezenas e dezenas de artigos, mas permaneceram os princípios cardeais que lhes conferem sentido e coerência. A Constituição continua sendo Constituição de liberdade e Constituição de solidariedade
José Manuel Fernandes (Editorial do PÚBLICO)
Temos pois uma juventude enfiada num beco sem saída ou cuja única saída é ir para o estrangeiro. É o que já faz um quinto (repito: um quinto) daqueles em que o Estado português investiu fortunas para que estudassem, se licenciassem e se doutorassem. Ou é o que fazem cada vez mais jovens franceses que atravessam a Mancha à procura de empregos no Reino Unido, de acordo com uma reportagem do Libération.
Ora isto sucede porque protegemos de mais os que estão empregados e desprotegemos em absoluto os que aspiram ao primeiro emprego. A protecção social resulta na maior injustiça social. E, em nome da rigidez do Estado social, os melhores de entre os jovens fogem para o mundo anglo-saxónico, onde impera o tal horroroso neoliberalismo. Deve ser por masoquismo...
Luís Pais Antunes (DN)
Tudo se resume, pois, a uma questão de (mau) sono. Em vez de regressarem a suas casas para um retemperador descanso, os membros do Governo percorrem durante a noite os iluminados corredores dos edifícios governamentais discutindo com afã estudos, diagnósticos, livros brancos e de outras cores, planos, programas, reformas. De manhã, ao raiar do Sol, é vê-los sair dos seus gabinetes lutando contra o sono, mas prontos para calcorrear o país em inspiradas e coloridas apresentações dos seus trabalhos nocturnos. Não se estranhe, pois, a existência de episódios menos felizes e de resultados menos conseguidos.
João Morgado Fernandes (Editorial do PÚBLICO)
O manifesto bom entendimento patenteado ontem por Sócrates e Eduardo dos Santos destina-se, prioritariamente, a dar confiança aos investidores portugueses. Alguns dos acordos anunciados nesta visita serão a base dessa confiança.
Não é todos os dias que uma porta destas se abre. Aparentemente, muitos querem aproveitar. Resta saber se, mais uma vez, se vai perder a oportunidade.
Luciano Amaral (DN)
O Iraque actual não é, de facto, a sétima, nem sequer a sexta, maravilha do mundo, mas tem muitas vantagens sobre o antigo. Para além daquelas que são já visíveis (deposição do tirano e princípio de democratização), tem ainda as potenciais. O Iraque antigo tinha pouco para melhorar. O actual, pelo contrário, tem bastantes ingredientes para isso, e nem sequer é preciso que dali resulte uma espécie de Suíça no Eufrates para que o exercício tenha valido a pena.
Ninguém nega que as coisas ainda possam correr mal. Mas uma coisa é a possibilidade, outra é o que elas são e outra ainda é desejá-lo furiosamente, como por aí se vê.
Num exercício de liberdade de expressão, um assessor do Presidente da República utilizou o seu blogue pessoal para fazer críticas severas à política governamental de reforma da administração pública. É uma opinião que não compromete o Chefe do Estado - pelo menos desta vez. Para o futuro, e a bem da paz institucional, haverá que ter presente que há cargos cuja aceitação implica restrições objectivas na prática da cidadania.
José Pacheco Pereira (PÚBLICO)
Precisamos é de políticas que incorporem a maior quantidade de saber possível, que sejam produzidas por cidadãos que usem os seus conhecimentos a favor de uma ideia de "bem público", que conheçam melhor o seu país, estudem os problemas e sejam capazes de ouvir e de pensar sem ser com o "politiquês" pavloviano que se usa hoje em Portugal.
Comece a oposição por fazer este trabalho de casa, logo a seguir verá como é fácil avançar com um programa próprio e autónomo, que nenhum exercício de "ocupação do espaço político", como se diz que o eng. Sócrates está a fazer, pode diminuir.
Luís Costa (PÚBLICO)
como se pode compreender que haja alguém - mesmo o mais empedernido adversário da regionalização - que seja capaz de desejar o insucesso da reforma proposta pelo Governo só para travar os ímpetos descentralizadores? Que pugne, mesmo que não o assuma, pela manutenção de serviços que deveriam ter âmbito regional e funcionam num quadro distrital? Que defenda a manutenção de estruturas cujo tipo de funções se adequam às cinco grandes regiões, mas que têm um âmbito aleatório? Que faça questão de insistir na manutenção de múltiplas orgânicas nos diferentes ministérios, assentes num vasto conjunto de serviços desconcentrados que obedecem a uma lógica administrativa e territorial própria, assim limitando a partilha de recursos e provocando ineficiência e despesismo?
E o que é isso de quererem "tornar inútil o referendo", como diz Manuela Ferreira Leite? Trata-se de uma afirmação que pressupõe que a utilidade do referendo é tanto maior quanto se garantir previamente a derrota da regionalização.
E é gente desta que tem lugar cativo no novo Conselho de Estado?
Jorge Miranda (PÚBLICO)
A Constituição continua sendo, após sete revisões constitucionais e a entrada de Portugal para a Comunidade Europeia e a passagem desta a União Europeia, além de tantas transformações registadas no país e no mundo, a mesma Constituição que a Assembleia Constituinte aprovou em 1976 - porque uma Constituição consiste, essencialmente, num complexo de princípios e não de preceitos.
Foram modificadas dezenas e dezenas de artigos, mas permaneceram os princípios cardeais que lhes conferem sentido e coerência. A Constituição continua sendo Constituição de liberdade e Constituição de solidariedade
José Manuel Fernandes (Editorial do PÚBLICO)
Temos pois uma juventude enfiada num beco sem saída ou cuja única saída é ir para o estrangeiro. É o que já faz um quinto (repito: um quinto) daqueles em que o Estado português investiu fortunas para que estudassem, se licenciassem e se doutorassem. Ou é o que fazem cada vez mais jovens franceses que atravessam a Mancha à procura de empregos no Reino Unido, de acordo com uma reportagem do Libération.
Ora isto sucede porque protegemos de mais os que estão empregados e desprotegemos em absoluto os que aspiram ao primeiro emprego. A protecção social resulta na maior injustiça social. E, em nome da rigidez do Estado social, os melhores de entre os jovens fogem para o mundo anglo-saxónico, onde impera o tal horroroso neoliberalismo. Deve ser por masoquismo...
Luís Pais Antunes (DN)
Tudo se resume, pois, a uma questão de (mau) sono. Em vez de regressarem a suas casas para um retemperador descanso, os membros do Governo percorrem durante a noite os iluminados corredores dos edifícios governamentais discutindo com afã estudos, diagnósticos, livros brancos e de outras cores, planos, programas, reformas. De manhã, ao raiar do Sol, é vê-los sair dos seus gabinetes lutando contra o sono, mas prontos para calcorrear o país em inspiradas e coloridas apresentações dos seus trabalhos nocturnos. Não se estranhe, pois, a existência de episódios menos felizes e de resultados menos conseguidos.
João Morgado Fernandes (Editorial do PÚBLICO)
O manifesto bom entendimento patenteado ontem por Sócrates e Eduardo dos Santos destina-se, prioritariamente, a dar confiança aos investidores portugueses. Alguns dos acordos anunciados nesta visita serão a base dessa confiança.
Não é todos os dias que uma porta destas se abre. Aparentemente, muitos querem aproveitar. Resta saber se, mais uma vez, se vai perder a oportunidade.
Luciano Amaral (DN)
O Iraque actual não é, de facto, a sétima, nem sequer a sexta, maravilha do mundo, mas tem muitas vantagens sobre o antigo. Para além daquelas que são já visíveis (deposição do tirano e princípio de democratização), tem ainda as potenciais. O Iraque antigo tinha pouco para melhorar. O actual, pelo contrário, tem bastantes ingredientes para isso, e nem sequer é preciso que dali resulte uma espécie de Suíça no Eufrates para que o exercício tenha valido a pena.
Ninguém nega que as coisas ainda possam correr mal. Mas uma coisa é a possibilidade, outra é o que elas são e outra ainda é desejá-lo furiosamente, como por aí se vê.